"Let me tell you a story to chill the bones, about things that I saw... "

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Break on trough (To the other side)

Muitos compositores, de várias épocas distintas, já relataram viagens psicodélicas para outros planos astrais, em sonhos ou de outras maneiras menos lícitas. E essas músicas tendem sempre a virar hits desses artistas a medida que as pessoas passam a compreender melhor.
Break on through (to the other side), "atravesse para o outro lado" de The doors é uma música que sempre me fascinou, as possibilidades de ida para o outro lado são infinitas x) Não creio que metade dos meus amigos pensem assim como eu, mas não quero me auto rotular excêntrico, eu sou apenas curioso. E por menos que você pense nisso, quando alguém toca no assunto aposto que isso desperta sua curiosidade, nem que seja um pouco.
Então pra vocês entenderem melhor do que eu tou falando, já que não sou bom relatando, eu tenho aqui um trecho de um dos meus livros favoritos, Memórias Póstumas de Brás Cubas, que relata justamente um devaneio desses. À beira da morte, o protagonista Brás Cubas tem um delírio onde se encontra com a mãe natureza, relatado abaixo:
"... Caiu do ar? destacou-se da terra? não sei; sei que um vulto imenso, uma figura de mulher me
apareceu então, fitando-me uns olhos rutilantes como o sol. Tudo nessa figura tinha a vastidão das
formas selváticas, e tudo escapava à compreensão do olhar humano, porque os contornos perdiam-se
no ambiente, e o que parecia espesso era muita vez diáfano. Estupefato, não disse nada, não cheguei
sequer a soltar um grito; mas, ao cabo de algum tempo, que foi breve, perguntei quem era e como se
chamava: curiosidade de delírio.
—Chama-me Natureza ou Pandora; sou tua mãe e tua inimiga.
Ao ouvir esta última palavra, recuei um pouco, tomado de susto. A figura soltou uma gargalhada,
que produziu em torno de nós o efeito de um tufão; as plantas torceram-se e um longo gemido quebrou
a mudez das coisas externas.
Não te assustes, disse ela, minha inimizade não mata; é sobretudo pela vida que se afirma. Vives: não quero outro flagelo.
— Vivo? perguntei eu, enterrando as unhas nas mãos, como para certificar
me da existência.
— Sim, verme, tu vives. Não receies perder esse andrajo que é teu orgulho; provarás ainda, por
algumas horas, o pão da dor e o vinho da miséria. Vives: agora mesmo que ensandeceste, vives; e se a
tua consciência reouver um instante de sagacidade, tu dirás que queres viver.
Dizendo isto, a visão estendeu o braço, segurou-me pelos cabelos e levantou-me ao ar, como se fora
uma pluma... "
O trecho serve apenas de exemplo, cada um imaginará a sua "passagem para o outro lado" da forma que lhe couber melhor, que lhe for mais conveniente. Se vocês já passaram por algo parecido por favor leave a comment below. E soltem sua criatividade, quem sabe ela não volta com algo interessante algum dia, como unicórnios coloridos cavalgando em direção à Pasárgada numa marcha solene em homenagem à conquista dos pigmeus japoneses x)


Ichibi ;**

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